sábado, 21 de maio de 2011

Proibidos por lei, protestos à véspera da eleição na Espanha continuam

Mulher cobre a boca com fita adesiva durante protesto contra o governo realizado em Madri, na Espanha

Mulher cobre a boca com fita adesiva durante protesto contra o governo realizado em Madri, na Espanha. Foto: Folha da São Paulo
À meia noite deste sábado (21) no horário local na Espanha (19h de sexta em Brasília), dezenas de milhares de espanhóis irritados com o desemprego entraram no sétimo dia seguido de protestos contra o governo. Os movimentos seguem apesar de a Suprema Corte manter o banimento a manifestações na véspera das eleições regionais, marcadas para o domingo (22) no país. A polícia não deve aplicar a decisão e provocar conflitos, atitude que poderia prejudicar os socialistas na votação. "Para resolver um problema, a polícia não pode criar outro", disse o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.

O primeiro-ministro Jose Luís Rodríguez Zapatero, que falhou em diminuir a maior taxa de desemprego da União Europeia que chegou aos 21,3%, disse que respeita os manifestantes. Chamados de "los indignados", os manifestantes encheram as ruas e praças em cidades espanholas em uma onda de protestos contra as medidas de austeridade do governo, marcando uma mudança depois de anos de paciência com um longo declínio econômico.

Testemunhas disseram que ao menos 20 mil pessoas estavam na praça Puerta del Sol, no coração de Madri, nesta sexta, e mais estavam chegando, desafiando a lei que proíbe eventos políticos às vésperas de eleições - que começou a contar a partir de 0h de sábado (21) no horário local (19h desta sexta em Brasília).

Manifestantes vão ficar

Milhares de pessoas ocupam a praça Puerta del Sol em Madri na noite desta sexta (20) (Foto: AP)
"Nós não vamos sair daqui", disse um homem de 44 anos desempregado que não quis se identificar. Ele estava entre as centenas que acamparam durante toda a semana na Puerta del Sol. "O nosso próximo movimento é levar isso para o resto da Europa."

Manifestantes pediram para que neste domingo (22) as pessoas não votem nos dois principais partidos, os socialistas e o partido popular, de centro-direita. Os espanhóis vão eleger 8.116 prefeituras e 13 de 17 governos regionais no domingo. A Espanha tem sofrido para emergir da recessão. O colapso do setor de construção civil e o declínio nos gastos do consumidor atingiram os jovens de maneira particularmente dura -- 45% das pessoas entre 18 a 25 anos estão desempregadas.
Do portal de notícias G1. Foto AP

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