sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ciclo de Debates "A Revolução Cubana, 52 anos depois" reúne especialistas cubanos e brasileiros

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Foto: Ana Júlia Melo
O ciclo de debates sobre os 52 anos da revolução cubana ocorreu no auditório do Memorial Darcy Ribeiro na manhã da última quarta-feira, 29. O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Rafael Zamora Rodríguez, e o reitor da Universidade de Brasília, professor José Geraldo Júnior, abriram a cerimônia. Carlos Zamora agradeceu a oportunidade de aproximar os dois países. “É de grande importância esse intercâmbio entre Cuba e o Brasil depois de um período sem vínculos diplomáticos”, disse o embaixador.

Organizado pelo Núcleo de Estudos Cubanos (NESCUBA) em parceria com a Embaixada de Cuba, o evento contou com palestrantes cubanos e brasileiros. Amplamente discutido, o tema do processo de flexibilização e adaptabilidade do país ao mundo de hoje foi ressaltado na pergunta feita pelo professor do Instituto de Relações Internacionais, José Flávio Saraiva, sobre como avançar os valores cubanos, agora globalizados, no mundo que virá.

A revolução cubana, que aconteceu em janeiro de 1959, além de um movimento armado que derrubou o ditador Fulgencio Batista, também é vista como uma série de programas sociais e econômicos implementados pelo novo governo. Essa prática política e social não se limitou à utopia. O país obteve conquistas como a eliminação da miséria, a alfabetização de massa e uma campanha de saúde que atinge toda a população. O apoio soviético e o alinhamento do país ao bloco socialista motivaram o embargo econômico americano ao país.

Na fala de Hélio Doyle, jornalista e professor da Faculdade de Comunicação, fica clara a dificuldade que sempre tivemos, os brasileiros, em compreender o que realmente foi e é o mito cubano. Segundo Doyle, o desconhecimento da situação levou a diversas conclusões erradas. “Sempre havia a dúvida da sobrevivência de Cuba, foi assim com a queda da União Soviética, com a saída de Fidel Castro, e agora com o movimento do congresso cubano”, afirmou o professor.

Evento foi realizado pelo Núcleo de Estudos Cubanos da UnB em parceria com a embaixada de Cuba.
Participação da imprensa

Rosa Miriam Elizalde, jornalista do site Cuba Debate, reclama das dificuldades enfrentadas pelo país no acesso a internet. Os Estados Unidos também impedem, não só a entrada comercial de tecnologia, mas o acesso e a produção de conteúdo. Segundo Elizalde, o governo tem investido nos jovens e no desenvolvimento tecnológico, mas isso não é suficiente. Ela explica que são necessários três pontos para solucionar o problema: cultura digital, infra-estrutura de rede e inversão para conexão. “Quem não tem aceso a tecnologia, não existe. Há um bloqueio tecnológico tão cruel quanto o econômico”, disse a jornalista.

O jornalista e presidente da TV Cidade Livre em Brasília, Carlos Alberto Almeida, conta que Cuba tem a maior taxa de justiça social do mundo e é exemplo no que se trata de políticas sociais. Para Zuleika Romay, presidente do Instituo do Livro em Cuba, o maior patrimônio do país é a população. “O debate sobre as transformações não dizem respeito à decadência ou fim do nosso socialismo”, afirma.

Por Ana Júlia Melo
Do Campus Online, da UnB

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