sexta-feira, 29 de julho de 2011

Na Venezuela, 56% acham que Chávez deve se afastar por doença

De acordo com pesquisa de opinião divulgada nesta quinta-feira, 56% dos venezuelanos concordam com a frase: o presidente Hugo Chávez "deveria se afastar [do poder] enquanto sua saúde se recupera".

O dado é de um estudo do instituto GIS 21, dirigido por um ex-ministro de Chávez, Jesse Chacón, e amplamente difundido pelos meios estatais. Foram 2.500 entrevistas realizadas entre os dias 27 de junho e 3 deste mês, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos. Em 30 de junho Chávez revelou que está estava recebendo tratamento para câncer e que havia feito uma cirurgia em Havana dez dias antes para a retirada de um tumor --ele não precisou que órgão ou órgãos a doença atingiu.

Durante os quase 30 dias em que permaneceu em Cuba em convalescência, o presidente venezuelano seguiu exercendo o poder máximo do país, apesar da exigência da oposição de que ele transferisse o cargo temporariamente ao vice. O próprio Chávez revelou que no período esteve quatro dias em terapia intensiva.

O barômetro mensal do GIS 21 também registra que 65% dos venezuelanos concordam que Chávez está doente e por isso precisa, mais do que nunca, de "confiança e apoio" do povo. No mesmo universo, 20% pensa que o presidente "não está doente" e que tudo é "uma desculpa para aumentar a popularidade".

A pesquisa registra que 55% dos entrevistados pensam que a gestão de Chávez é boa ou muito boa --leve subida em relação ao mês de maio. É praticamente a mesma taxa dos que dizem que votariam para reeleger o presidente esquerdista se as eleições fossem agora.

No histórico da GIS 21, a popularidade de Chávez chegou a seu nível mais baixo em fevereiro de 2010, no auge da crise elétrica: 37% somando avaliação da gestão boa e muito boa. Chávez completará 57 anos no próximo dia 28. Ele nega sofrer de câncer de cólon, como tem sido ventilado por jornais internacionais.
Folha de São Paulo, Flávia Marreiro

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