O comediante mexicano Roberto Bolaños, 82, mais conhecido pelo papel protagonista no programa "Chaves", destacou os avanços da tecnologia e lamentou que não consiga acompanhar as rápidas mudanças do mundo atual, em uma conversa nesta quarta-feira com fãs do mundo inteiro por videochat.
O ator, que ganhou fama mundial ao interpretar os personagens Chaves e Chapolin Colorado, clássicos da TV mexicana, recentemente abriu uma conta no microblog Twitter e alcançou 1 milhão de seguidores em apenas dois meses.
Da sala da sua casa, e acompanhado de sua mulher e também atriz, Florinda --que participou com ele em muitas de suas séries-- Chaves conversou com fãs de Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Espanha e até da Índia. "O Chapolin ajudava a todos. Agora que tenho dificuldades de caminhar, digo: quem poderá me defender?", brincou, referindo-se ao jargão do herói colorado.
Falando das novas tecnologias e de sua bem-sucedida entrada no microblog Twitter, Bolaños foi perguntado sobre como seria o programa "Chaves" na atualidade e se criaria uma conta na rede social Facebook. "Provavelmente [estaria no Facebook], mas não aprenderia muito", disse o ator, que disse se sentir "privado de conhecer o mundo atual" por causa da velocidade das mudanças.
Bolaños afirmou que o personagem com quem mais se identifica é o Doutor Chapatín --do programa "Chapolin Colorado"--, "pela idade", brincou, mas sobretudo porque "é muito sincero", não minte e gosta de trabalhar o tempo todo. "Neste mundo, há quem precise trabalhar o tempo todo. Eu não, eu prefiro sentir algo belo, praticar algo", explicou.
O veterano ator mexicano revelou, a pedido de um de seus fãs, o conteúdo da famosa bolsa do Doutor Chapatín, onde disse guardar "os rancores, as invejas e esses defeitos" para não deixá-los escapar, impedindo-os de "ofender as pessoas".
Outro de seus interlocutores através do videochat quis saber se o Chapolin Colorado poderia ser um herói. Bolaños respondeu que "talvez sim", porque "enfrentava todos, inclusive a sua própria patetice". "Acho que os heróis dos filmes não são heróis. Herói é o Chapolin, porque era fraco, trôpego, tolo e o mérito é enorme porque não fazia as coisas facilmente, sofria para fazê-lo", explicou.
Bolaños disse que pretende continuar se dedicando à escrita. "Eu gostaria de seguir escrevendo por toda a vida. Adoro a criação", indicou o ator, que revelou que publicará alguns ensaios que já tem escritos. O ator ressaltou que não há chaves para o sucesso, mas sim para o fracasso, e que a pior de todas é "tentar afagar e ficar de bem com todo mundo, isso é impossível".
DA EFE
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