O Equador declarou nesta terça-feira como "persona non grata" a embaixadora dos Estados Unidos em Quito, Heather Hodges, e solicitou que ela abandone o país, em uma reação aos comentários feitos pela diplomata sobre uma suposta corrupção policial que foram publicados no WikiLeaks.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, disse que solicitou uma explicação à embaixadora sobre as afirmações, mas não obteve uma resposta satisfatória. "O governo do Equador decidiu considerar a senhora como uma persona non grata para o governo nacional e lhe pedimos que abandone o país no menor tempo possível", disse o chanceler a jornalistas. A embaixadora teria firmado um documento, divulgado pelo WikiLeaks, onde revela atos de corrupção no interior da polícia do país, e assinala que o ex-comandante da força, Jaime Hurtado, utilizava sua autoridade "para extorquir, acumular dinheiro e propriedades e obstruir as investigações".
No mesmo telegrama, publicado pelo diário espanhol "El País", Hodges afirma que essas práticas eram conhecidas pelo alto comando da polícia e acrescenta que um funcionário da embaixada estava certo que o presidente Rafael Correa também sabia dos atos quando designou Hurtado como comandante. Além disso, a embaixadora adverte que Correa nomeou Hurtado em abril de 2008 para ter um chefe "facilmente manipulável", segundo os despachos do WikiLeaks.
Ante as revelações, Patiño convocou a embaixadora para uma reunião a fim de que esclarecesse as afirmações reveladas pelo WikiLeaks. Hodger "manifestou que essa informação era roubada e, portanto, não tinha nada que comentar sobre ela. Essa resposta é insatisfatória para o governo do Equador", acrescentou Patiño. Diante da negativa, o governo decidiu pela medida diplomática, que foi comunicada às autoridades norte-americanas nas primeiras horas da terça-feira.
Não foi possível contatar de imediato a embaixada dos EUA para que fizesse um comentário sobre o caso.
Em 2009, Correa expulsou funcionários da embaixada dos EUA, argumentando intromissão nos assuntos internos, relacionados às equipes nomeadas para a polícia do país.
DA REUTERS, EM QUITO
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