sexta-feira, 15 de abril de 2011

No Peru, Brasil já atua como potência regional


O Brasil estreou no Peru como autêntica potência regional ao influir sem rodeios na vitória do candidato nacionalista Ollanta Humala no primeiro turno das eleições presidenciais. Dois assessores, ambos membros do Partido dos Trabalhadores (PT), no governo do Brasil, trabalham desde janeiro em Lima para moderar o discurso radical de Humala com o fim de ampliar a base eleitoral do candidato. 

Até agora o Brasil havia sido árbitro em vários conflitos regionais, como os que houve entre Venezuela e Colômbia, na crise interna da Bolívia e no golpe de Estado em Honduras, mas nunca se envolvera tão diretamente em uma corrida presidencial estrangeira.

Os assessores brasileiros Luis Favre e Valdemir Garreta imitaram a chamada estratégia de "paz e amor" idealizada pelo especialista João Santana para as eleições de outubro de 2002, em que Lula conseguiu a presidência depois de três tentativas fracassadas. A tática foi simples: evitar os confrontos e as propostas radicais para quebrar a resistência à imagem de líder sindical de Lula. Com Humala o trabalho foi mais duro porque é um ex-militar golpista e considerado um discípulo do chavismo.

El País
Fernando Gualdoni 
Enviado especial a Lima (Peru)

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