Um bom jeito se aproximar da cultura cafeeira é visitar Recuca ("Recorrido de la cultura cafetera"), literalmente, uma viagem pela cultura do café. Numa fazenda localizada a cerca de 20 minutos de Armênia, no povoado de Barcelona, guias conduzem os visitantes a um passeio de cerca de duas horas.
Começam demonstrando como o café era processado nos primeiros anos da colonização colombiana, desde a separação da casca pelo método rudimentar em pedra, passando por pequenas moendas. A visita passa ainda por uma vivência de colheita: o visitante veste um traje típico e entra no cafezal. No final, podem-se ver os grãos sendo torrados e moídos -e saborear um café.
TRIÂNGULO DO CAFÉ
O eixo cafeicultor colombiano fica no centro do país, no chamado Triângulo do Café, nos departamentos de Risaralda, Caldas e Quindío. Voos diários com cerca de uma hora ligam a região à capital Bogotá. Armênia, capital de Quindío, soube aproveitar melhor o lado turístico da cultura cafeicultora e hoje atrai visitantes de todo mundo. Para se hospedar, procure os hotéis da região norte, mais arborizada e tranquila. Ali se concentram os poucos bons restaurantes.
O aparecimento do café arábico na região tem algumas versões. Uma delas é que o cultivo foi introduzido pelos jesuítas em 1730, principalmente nas proximidades de Santander, nordeste da Colômbia, e, posteriormente, chegou à área conhecida hoje como Triângulo do Café.
Se a ideia é uma imersão total na cultura cafeicultora, procure se hospedar em uma "hacienda" ou "finca", antigas propriedades rurais transformadas em hotéis. Programe a viagem entre setembro e novembro, quando é feita a principal colheita do ano. Nessa época, em qualquer estrada será possível ver os cafezais vermelhos e floridos. A segunda colheita do ano, bem menor, é feita em maio e junho.
A enorme quantidade de cafezais é vista logo no curto trajeto entre o aeroporto El Éden e o centro de Armênia. Há também bananeiras, cujas folhas protegem as plantas em época de muito sol -e os pés de cafés afastam pragas que atacam as bananeiras. A altitude local, a 1550 metros, faz toda a diferença no cultivo. Segundo os produtores, os cafés cultivados na Colômbia são mais suaves. Em locais mais baixos, como é o caso da África e do Brasil, são mais amargos.
POR GUILHERME TOSETTO
ENVIADO ESPECIAL FOLHA DE SP À COLÔMBIA
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